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Desapego

abril 8, 2008

 

Nunca te esqueças!

É necessário o desapego das idéias!

Todos os dias é necessário certo desapego.

Dos ideais. Dos eternos planos. Dos planos terrenos.

A aceitação do novo provém do desapego do antigo do humano do mundano.

Mas nunca te esqueças das pontes, todas aquelas pontes

Que passam sobre as águas abaixo dos teus pés,

corredeiras, cachoeiras ou mansas.

As pontes, as torres, os relógios, as notas, as cordas, os muros, as pedras.

Nunca te esqueças!

A novidade de ontem, hoje será o antigo:

Para aceitar o inesperado é preciso todo aquele teu carinho desprendido.

Aceita a validade de todo alimento consumido,

O prazo de todos os desejos consumados.

O tempo amaldiçoa e regra e data tudo que na alma é impresso, impreciso.

Não há limite para o que carregas nas linhas das tuas mãos,

Na ponta dos teus dedos, no vinco dos teus olhos, nos dentes dos teus sorrisos.

Nunca te esqueças! Memória, saudade, carinho.

O segredo das almas apaixonadas é o desapego diário dos ideais!

Talvez amanhã o ontem será dado por vencido!

Nunca saberás quando cegarás, se cegares.

Quando cairás, se caíres. Que te mostrará o mundo?

Talvez novas formas de olhares, novos prismas

Para as mesmas velhas tuas coisas. Desapega-te de ti mesmo.

Outras idéias, outros ideais, apesar dos mesmos princípios,

Jamais! Jamais esqueça-te de ti mesmo.

Usa teus olhos como olhos que parecem ver

outro alguém diante do mesmo velho espelho.

Desapega-te de ti mesmo. Fita-te apaixonado de longe,

Como um pai que observa o próprio, o livre filho.

Para que aceites tudo o que é novo

É necessário que sejas livre!

Livre de ti mesmo.